
O Brasil é um dos países onde mais se investe em treinamento de línguas estrangeiras. Não precisa nem fazer pesquisa, basta andar nas ruas de qualquer cidade brasileira e observar o número impressionante de escolas de idiomas. Mas vamos dar uma olhada nos números também. Segundo o IBGE, os brasileiros irão gastar R$ 62,8 bilhões em educação em 2012. Imagina-se que um grande pedaço disso vá para o treinamento de idiomas. O faturamento das escolas aumentou no último ano, chegando a R$ 3,1 bilhões. São 5.120 escolas de idiomas franqueadas espalhadas pelo país, segundo a Associação Brasileira de Franchising. Isso sem contar escolas independentes. A perspectiva dos dois maiores eventos esportivos globais e uma maior presença do Brasil no cenário internacional de negócios fazem do Brasil um mercado em franca expansão. Isso nos tudo poderia nos levar a crer que o nível de proficiência de inglês do brasileiro está cada vez melhor. Pois é, aí é que entra o paradoxo. O inglês do brasileiro vai mal, muito mal.
Uma pesquisa feita pela EF buscou comparar os níveis de proficiência de 54 países, com uma amostragem de 2 milhões de pessoas. A pesquisa classificou os países em cinco níveis de proficiência: muito alta, alta, moderada, baixa e muito baixa. Adivinhe onde ficamos? Pois é, o Brasil ficou na última categoria. Posição 46 entre os 54 países, atrás de Síria, El Salvador, Venezuela, Marrocos, Irã e Paquistão, por exemplo. Alguma coisa está errada. O que seria?
Um dos motivos óbvios que saltam aos olhos é a deficiência generalizada do ensino no Brasil, onde o ensino de línguas estrangeiras não passa de uma mera formalidade. Professores fazem que ensinam alunos que fazem de conta que aprendem. Não pode ser normal que um alunos passe anos estudando inglês na escola e saia dela sabendo nada ou muito pouco. Os níveis baixos de rigor e exigência do ensino no Brasil é generalizado e visível em muitas áreas - de acordo com a Unesco, o Brasil detém a vergonhosa posição 88 no seu ranking de educação - e talvez esperar que os estudantes brasileiros saíssem "falando inglês" ao final do ensino médio seria, no mínimo, ingênuo e desconexo da realidade. Entretanto, não seria demais pedir que das escolas saíssem com, pelo menos, uma base forte para em seguida atingir um nível mínimo desejável de proficiência nas escolas especializadas em ensino de idiomas, aquelas mais de 5.000 espalhadas pelo país. A responsabilidade do ensino de base no Brasil é apenas uma parte do problema, já que alguns países com melhor nível de proficiência, como Marrocos e Paquistão, são piores na classificação da Unesco.
Voltemos a atenção àquelas mais de 5.000 escolas de ensino de idiomas espalhadas pelo Brasil. Com tantas escolas e tanta gente disposta a investir em cursos de idiomas, por que tão poucas pessoas no Brasil são realmente proficientes? Será que o trabalho das escolas está sendo bem feito? A primeira questão a se considerar, é também o baixo nível de exigência já observado no ensino regular. A história se repete. As escolas vendem níveis de proficiência aos alunos, que pagam, frequentam as aulas e passam de nível de forma automática. Não existe reprovação, não existe aprovação ou obtenção de nível por mérito. Bilhões são gastos, horas de aulas são ministradas e o nível de inglês das pessoas continua muito baixo.
O que fazer então para aprender inglês ou melhorar seu nível? Primeiramente, seja criterioso ao escolher um professor ou escola. Avalie a metodologia. Qualquer instituição séria de ensino de idiomas deve utilizar uma abordagem específica e saber explicá-la. Observe também se há uma definição de objetivos e uma subsequente avaliação dos resultados. Outra questão importante é o comprometimento com os resultados, tanto da parte do aluno quanto dos professores ou escola. Em escolas grandes, onde muitos professores participam do processo, há a necessidade de uma coordenação adequada para que esse comprometimento não se perca, e é essencial que fique claro quem é ultimamente responsável pelos resultados. Não se esqueça que o maior interessado é você. Envolva-se no processo, assuma a responsabilidade pelo seu progresso, cobre a escola e os professores. Quem sabe aos poucos, podemos mudar a realidade dos níveis de proficiência de línguas estrangeiras do Brasil.
Uma pesquisa feita pela EF buscou comparar os níveis de proficiência de 54 países, com uma amostragem de 2 milhões de pessoas. A pesquisa classificou os países em cinco níveis de proficiência: muito alta, alta, moderada, baixa e muito baixa. Adivinhe onde ficamos? Pois é, o Brasil ficou na última categoria. Posição 46 entre os 54 países, atrás de Síria, El Salvador, Venezuela, Marrocos, Irã e Paquistão, por exemplo. Alguma coisa está errada. O que seria?
Um dos motivos óbvios que saltam aos olhos é a deficiência generalizada do ensino no Brasil, onde o ensino de línguas estrangeiras não passa de uma mera formalidade. Professores fazem que ensinam alunos que fazem de conta que aprendem. Não pode ser normal que um alunos passe anos estudando inglês na escola e saia dela sabendo nada ou muito pouco. Os níveis baixos de rigor e exigência do ensino no Brasil é generalizado e visível em muitas áreas - de acordo com a Unesco, o Brasil detém a vergonhosa posição 88 no seu ranking de educação - e talvez esperar que os estudantes brasileiros saíssem "falando inglês" ao final do ensino médio seria, no mínimo, ingênuo e desconexo da realidade. Entretanto, não seria demais pedir que das escolas saíssem com, pelo menos, uma base forte para em seguida atingir um nível mínimo desejável de proficiência nas escolas especializadas em ensino de idiomas, aquelas mais de 5.000 espalhadas pelo país. A responsabilidade do ensino de base no Brasil é apenas uma parte do problema, já que alguns países com melhor nível de proficiência, como Marrocos e Paquistão, são piores na classificação da Unesco.
Voltemos a atenção àquelas mais de 5.000 escolas de ensino de idiomas espalhadas pelo Brasil. Com tantas escolas e tanta gente disposta a investir em cursos de idiomas, por que tão poucas pessoas no Brasil são realmente proficientes? Será que o trabalho das escolas está sendo bem feito? A primeira questão a se considerar, é também o baixo nível de exigência já observado no ensino regular. A história se repete. As escolas vendem níveis de proficiência aos alunos, que pagam, frequentam as aulas e passam de nível de forma automática. Não existe reprovação, não existe aprovação ou obtenção de nível por mérito. Bilhões são gastos, horas de aulas são ministradas e o nível de inglês das pessoas continua muito baixo.
O que fazer então para aprender inglês ou melhorar seu nível? Primeiramente, seja criterioso ao escolher um professor ou escola. Avalie a metodologia. Qualquer instituição séria de ensino de idiomas deve utilizar uma abordagem específica e saber explicá-la. Observe também se há uma definição de objetivos e uma subsequente avaliação dos resultados. Outra questão importante é o comprometimento com os resultados, tanto da parte do aluno quanto dos professores ou escola. Em escolas grandes, onde muitos professores participam do processo, há a necessidade de uma coordenação adequada para que esse comprometimento não se perca, e é essencial que fique claro quem é ultimamente responsável pelos resultados. Não se esqueça que o maior interessado é você. Envolva-se no processo, assuma a responsabilidade pelo seu progresso, cobre a escola e os professores. Quem sabe aos poucos, podemos mudar a realidade dos níveis de proficiência de línguas estrangeiras do Brasil.